Baobá

BAOBÁ: encontro literário de escritos e saberes
O projeto incentiva a leitura através da socialização e troca de opiniões sobre uma obra literária, disponível para empréstimo durante todo o mês em nossa biblioteca comunitaria. A promoção do encontro entre autor(a) e leitores desperta o poder criativo e a consciência crítica em relação à literatura. Iniciamos o ano com o conto "Brincadeira"  de Miriam Alves publicado no livro Mulher Mat(r)iz .

Quando?
Dia 19/05 (sábado), 13h.


Onde?
Excepcionalmente essa roda acontecerá na  EMEF Prof. Jairo de Almeida 
Rua  Recanto dos Humildes, s/nº, bairro de Perus


Quanto?
 Grátis.

O Conto:
BRINCADEIRA
Conto de MIRIAM ALVES
Manhã sonolenta. Joãozinho caminhava para a escola. Sonâmbulo, ainda segurava firme livros e cadernos. Tudo novinho, pronto para começar o ano escolar. Zinho (diminutivo do diminutivo que o carinho de Dona Josefa inventara) lembrava como aguardou ansioso a compra destes objetos. Primeiro ano que o material vinha completo, bonito, novinho como o dos outros colegas.
Sorria intimamente, aquele ano ele não seria diferente na sala de aula. Não aguardaria por mais de um mês o fornecimento de alguns cadernos feios e livros usados, retirados da caixa escolar. Aquele ano não. Tudo novinho e limpo. Lindo! Seu Raimundo havia tido uma preocupação, comprou tudo no crediário, pagaria juros, mas o importante era o ensino dos filhos. Os mais velhos não tiveram a mesma sorte. Os três, mal completaram o primário, foram ajudar a ganhar a vida.
 Zinho sabia o peso da responsabilidade. Ele dava para a coisa. Era inteligente. Aquela manhã sonolenta testemunhava sua alegria. O sorriso brilhando, iluminado o seu rosto negro e miúdo. Brilho também nos seus olhos castanhos, refletindo a felicidade infantil, exalando a confiança nele depositada.
Ia, antevendo o prazer de colocar sobre a carteira os cadernos e livros, sonho de colegial. Virou a esquina. Rosto espelhando confiança e felicidade. Virou a esquina, deu de cara dom uns meninos maiores em tamanho e idade: “Hei Mussum, ta feliz hoje?” Zinho gostava do Mussum, mas não queria ser chamado assim. Zangou-se: “Meu nome é João”, “O que é Mussum ficou nervosinho?” “Não quer um mézinho para refrescar?”.
Zinho resolveu ignorar e seguir em frente. Não queria se atrasar para a aula. Os maiores cercaram-lhe o caminho, derrubando-o. Livros e cadernos espalhados no chão da rua enlameada. O esforço do seu Raimundo coberto de lama vermelha. Zinho não mediu tamanho nem idade. Levantou-se. Uma força ancestral cortou-lhe por dentro.Trazia consigo a força de Ogum. Armou-se com um pedaço de pau. Atingiu um deles na perna, derrubando-o. Continuou fazendo justiça. Empunhava a lei. Batia. Batia. Batia, ignorando os gritos vindos do chão.
Os outros tentaram apaziguá-lo: “Hei, menino, é brincadeira”. Inutilmente tentavam segurá-lo. Zinho não parava. Batia. Batia. Batia. O rosto do garoto atingido inundou-se de sangue. O branco da pele e o vermelho misturando-se. Correndo na lama, o sangue tingia o material escolar novinho, melando o sonho de João, Raimundo e Josefa.
Os dois outros meninos maiores, sentindo que o “Mussum” não desistia de bater, partiram para cima. João adquiriu a velocidade de uma pantera em fúria. Correu, embrenhou-se na selva das ruas. Abobalhados, recolheram o companheiro morto e desfigurado. Murmuravam aparvalhados, insanos: “Brincadeira. Foi brincadeira”.

MIRIAM ALVES

Publicações: Momentos de Busca, poemas, em 1983;

Estrelas nos Dedos, poemas, em 1985;

Terramarapeça teatral, em 1988, em co-autoria com Arnaldo Xavier, e Cuti (Luiz Silva);

Brasilafro autorrevelado, ensaios, em  2010;

Mulher Mat(r)iz, em 2011, contos.

Poemas e contos integram a série Cadernos Negros desde 1982,vol.5 até 2011, vol. 34.

Co-organizações: antologias bilíngües internacionais,

Finally us: Contyemporary Black Brazilian Women Writers, poemas, em 1995

e Women righting - Afro-Brazilian Women’s Short Fiction, contos, em 2005
.



Projeto Baobá: escritos e saberes
Coordenação pedagógica e articulação
Tata dos Santos
Comunidade Cultural Quilombaque
Travessa Cambaratiba, 05 – Perus tel:3917-3012

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BAOBÁ: encontro literário de escritos e saberes
O projeto incentiva a leitura através da socialização e troca de opiniões sobre uma obra literaria, disponível para empréstimo durante todo o mês em nossa biblioteca comunitaria. A promoção do encontro entre autor(a) e leitores desperta o poder criativo e a consciência crítica em relação à literatura. Iniciamos o ano com o conto "Antes que as águas da cabaça sequem!"  de Elizandra Souza publicado no Cadernos Negros volume 34 da Quilombhoje.
Quando?
Dia 28/03 (quarta), 19h30.


Onde?
Excepcionalmente essa roda acontecerá na Escola Estadual Manuel Bandeira: Rua Júlio César Leal, 15 Vila Nova Perus. (para quem preferir, encontro na Quilombaque as 18h30)


Quanto?
 Grátis.

O Conto:
ANTES QUE AS ÁGUAS 
DA CABAÇA SEQUEM
Conto de ELIZANDRA SOUZA
Ao longe, sob a luz do por do sol, carregando uma enorme cabaça, vinha caminhando uma mulher.
E, na outra margem, seu povo clamando – Venha, antes que as águas da cabaça sequem...

Zahra entrou na cachoeira de corpo inteiro, abaixou-se e cobriu todo o rosto nas sagradas águas, como se renascesse no precioso liquido. Seus dreads acobreados, refletidos na luz do astro-rei, bailando, lembravam pavios acesos ou uma flor vermelha. – Como e maravilhoso este infinito! Rainha das águas, abençoa esta minha existência!
Houve uma grande seca no planeta Terra, os búzios revelaram que as ultimas águas doces estavam as margens da represa Billings, aquela construída com o Rio das Pedras no ano de 1949 e que recebeu todas as águas do Alto Tiete, na região do Grajaú, local mais populoso da capital, na zona sul de São Paulo...
Fazia dez anos que Zahra decidira dredar o cabelo. No inicio, achou estranho. Não gostou da primeira, nem da segunda e nem da terceira impressão. Não ficou parecido com os dreads de Rita Marley, Alice Walker, Jurema Werneck. Não estava bonito. Desaprovado no seu quesito de belo. Mas decidiu se acostumar. Passeava pelas ruas como se estivesse usando um belo cocar, com toda a sua magnitude, e pressentia os olhares atravessados questionando a sua escolha. Houve momentos em que essas flechas de escárnio atingiram, em cheio, sua estima tão bem construída. Zahra acariciava os dreads, era sua resposta imediata ao mundo, seu corpo era um instrumento ideológico e pensava “ Não posso convencer ninguém se eu sou a negação da minha beleza”.Não era apenas estética, mas uma afronta, um jeito de embaraçar o mundo.

Dentro de uma enorme cabaça furada, haviam os últimos litros de água do planeta.
A cabaça funcionava como uma ampulheta, quanto mais tempo demorava, menos do precioso liquido restava.

Outro dia na fila do supermercado, com um shampoo fragrância Aloe Vera, uma mulher questionou-a:
– Como é que você lava isso ai?  
-Não entendi.
- Como você lava?
- Hum?! Como você lava o seu cabelo?- devolveu Zahra.
- Eu coloco shampoo, massageio e enxáguo...
-Então, do mesmo jeito que você lava o seu!
- Mas como você faz? Como seca? Não apodrece?
-Do mesmo jeito que lavava antes. – falou Zahra com as palavras raspando os dentes.
-Ah, mas não fica fedido?
-............. – os questionamentos prosseguiram....
-Nossa! Você estragou o seu cabelo? O que você fez?
Quando a conversa desfechava na contramão, Zahra tornava-se séria, ao ponto em que a outra pessoa atrevia-se ao conserto da frase mal dita.Não existia nada mais prazeroso do que a sua continuidade nas palavras de sua pequena princesa, quando Nina acariciava seus dreads e os contabilizava, dizendo:
- Mainha, quelo meu cabelo igualzinho o seu....
- Meu brigadeirinho, quando você tiver cinco anos, te levo para Tia Yayá  fazer igualzinho. Você espera?
-Hum ela vai fazer do mesmo jeito?
Não esperou nem  Zahra concluísse. Nina saiu correndo do seu colo e foi em direção ao pai, gritando:
-Paieee!!Eu vou ter dread igual o da minha mamãe.


Ela estava procurando água como todos os moradores do planeta. Antes de sair perdendo suas energias, sentiu que deveria procurar a sua Ialorixá. Os búzios lhe revelaram que encontraria o que estava procurando, mas teria que usar o bem mais precioso em seu corpo para conseguir trazer as ultimas águas...

Quando Zahra tinha 25 anos, teve um sonho estranho, em uma fase em que estava o dilema, com o cabelo, desproporcional ao mundo, sentia-se fora da redoma da beleza. Gastava tempo e não se sentia bem, passava horas dos seus finais de semana escovando os seus cachos e um dia antes desse sonho, pesquisando na internet, encontrou o texto da escritora Alice Walker descrevendo quando dredou o cabelo, aos 40 anos. Ela dizia “ Descobri que ele, na verdade, tinha uma natureza própria. Ele jamais pensava em ficar deitado. Ele procurava espaços cada vez maiores, mais luz, mais dele mesmo. Ele adorava ser lavado.” Essa narrativa provocou em Zahra um choro e uma reflexão. Sentia-se opressora do seu próprio cabelo e não conseguiu concluir a leitura. Ela não parava de pensar na sua vida, todas as fases, ela e seu cabelo indomável, sim, ele era livre, ela que sempre quis engaiolá-lo.
Consumida nas suas responsabilidades como designer, passou o dia e a noite e não pensou mais no assunto. No outro dia, realizou seus compromissos sem nenhum inconveniente. Mas durante a noite, super cansada, adormeceu...E sonhou...

Sentia muita sede, seus pés descalços pisavam em pedregulhos, que os feriam. Ela não podia fraquejar. Encontrou nas margens da Billings uma enorme cabaça com alguns litros de água, tinha um furo, pensou em como faria para interromper a água que se esvaia. Sem êxito, tentou fechar com uma folha, esta se rompeu. Tentou com uma pedrinha, que foi jogada longe. Lembrou que as mulheres que a antecederam carregavam potes em suas cabeças e outras sementes. E teve uma idéia! Resolveu usar um dos dreads enrolado como uma bolinha para tampar o furo, ao mesmo tempo em que erguia a cabaça . Se molhou um pouco, mas teve êxito...

Zahra acordou banhada, como se o sonho tivesse sido real. Descobriu que o copo com água que deixara na cabeceira da cama caiu e molhou....
Ela decidiu que iria procurar uma amiga Yayá para fazer seus dreads, ligou o computador, imprimiu aquele mesmo texto e foi lendo no ônibus...
“O texto no alto do meu cérebro abriu-se/ mais uma vez minha mente (e meu espírito) podia sair de dentro de mim. Eu não estaria mais presa a imobilidade inquieta, eu continuaria a crescer. A planta estava acima do solo. Essa foi a dádiva do meu crescimento”.
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-Fico muito emocionada de receber vocês! Quer dizer que a Nina também ira dredar os cabelos que nem os da mãe? Eu nunca vou esquecer como você chorava naquele sábado de primavera. Chegou aqui toda descabelada, com um texto na Mao. Hoje vem com essa flor! Me sinto honrada de fazer as mulheres dessa família felizes. Mas, ainda não entendi, por que vieram tão cedo?
- Yayá, hoje eu e a Nina, depois que sairmos daqui, vamos para o litoral abençoar nossos dreads, antes que as águas da cabaça sequem!

ELIZANDRA SOUZA
Jornalista, escritora e redatora
da Agenda Cultural da Periferia
COMUNIDADE CULTURAL QUILOMBAQUE
Projeto: BAOBá escritos e saberes
Travessa Cambaratiba, 05 – Perus tel:3917-3012
(Beco da Cultura ao lado da estação de trem)


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BAOBÁ: encontro literário de escritos e saberes
O projeto incentiva a leitura através da socialização e troca de opiniões sobre uma obra literaria, disponível para empréstimo durante todo o mês em nossa biblioteca comunitaria. A promoção do encontro entre autor(a) e leitores desperta o poder criativo e a consciência crítica em relação à literatura. Iniciamos o ano com o conto Olivia Guerreira de Samantha Biotti publicado no livro Antologia volume II do Coletivo Cultural Poesia na Brasa.

OLIVIA GUERREIRA
Conto de SAMANTA BIOTTI
Quando?
Dia 27/02 (segunda), 19h30.

Onde?
Comunidade Cultural Quilombaque - Travessa Cambaratiba, portão 05, Beco da Cultura ao lado da estação de trem Perus, Zona Noroeste. (11) 3915-7539. 

Quanto?
 Grátis.

O Conto:
OLIVIA GUERREIRA
Rapunzel estava presa na torre mais alta da antiga floresta. Ops! Errei essa é a historia sem graça, cor ou idéia feita com dedos sujos de preguiçosos sem identidade, a historia da negra é diferente...
Olivia Guerreira é uma linda jovem de cabelo crespo, lábios carnudos, olhos cor de jabuticaba e pele negra tão intensa e brilhante como a luz do Sol e da Lua. Injustiçada, foi à acorrentada na escuridão da floresta branca, condenada ate a morte por uma bruxa feia e muito má. Foi num dia comum que ela se expressou na mais intima postura de ser humano autentico, está presa há seis anos, condenada pelas vassouradas dadas na cara da bruxa racista.
Sua rotina diária era lavar roupas, preparar a comida e cuidar do bebe da família, vivia a escravidão e para matar a fome comia os restos de qualquer alimento que sobrava nos pratos dos senhores e sinhás do enorme casarão. Tinha direito a um banho gelado, que só podia ser tomado no final do dia quando os afazeres acabavam.
Imagine você, que mesmo fazendo tudo isso ela não tinha paz, a velha bruxa grudenta ficava no seu pé o dia todo, sempre gritando e dizendo
-Olivia!Que comida horrível, você não sabe cozinhar?
-Olivia!
-Vá limpar o porão esta uma bagunça!
-Olivia!Olivia!Olivia!
Dias, meses e anos foram se passando e o peito de Olivia ficava cada vez mais apertado, estava triste e não tinha vontades, perdeu a esperança de ser feliz um dia.
Depois que atacou a velha com a vassoura deixando seu nariz mais feio e mais torto do que era, foi condenada à morte. Sua cor não lhe dava direito de resposta, porque a ação do “não” estava imposta por aqueles que desconheciam a riqueza e a diversidade da cultura. Sempre assistiu esses contos de fadas que passam na TV, mas nunca se imaginou fazendo parte da historia porque era “diferente”. Nessas historias as personagens de cor branca eram o modelo da mais alta “perfeição”. Foi assim que cresceu e em sua cabeça o imaginário se tornou verdadeiro.
Passou a sonhar todos os dias com o despertar da lua cheia e a chegada do seu amado. Ele viria para libertá-la e juntos derrotariam todo o pré-conceito dessa historia. Depois, viveriam felizes para sempre.
Nas noites de lua cheia ela cantava na esperança de que ele seguisse sua voz e viesse libertá-la.
Aqui trancada na escuridão
A luz da lua cheia arromba a fresta da telha
Imagino você, meu nego, vem me buscar
Sou de beleza rica, ancestral, AFRICA
Espero sem secar
Ai de chegar o meu dia de mudar
Colocar pra cima a poeira da neblina
Encantar o sol e o mar feito purpurina
Me entregar aos seus beijos lindos
Negros!
Com voz suave acalento seu ego
Nos tornamos um só
Sentimento, cor e respeito
Quero aflorar sem medo
A essência de amar.
Com o passar dos anos os cabelos de Olivia cresceram tanto que começaram a dar voltas nas grades da cela escura, a torre onde estava presa era muito alta e descer sozinha era impossível.
No uivar dos lobos a lua cheia nasceu cobrindo o céu de vermelho, amarelo e cinza. A noite estava fria e a neblina cercava todos os morros da floresta branca. Olivia estava cansada e para espantar os males começou a cantar, foi quando ouviu um barulho na parte baixa da torre, o cachorro de três cabeças – o guardião da torre – estava bravo e não parava de latir. Parou a cantoria e foi na fresta da janela para ver se conseguia notar alguma coisa.
De repente o barulho do cachorro parou e o que se ouvia era um grande murmurinho de pato, macaco, elefante, onça, coruja, tudo estava misturado.
Assustou-se, pensando que haviam arrumado outro guardião para vigiá-la.
Mas não, os animais da floresta se reuniram para ajudar a bela a fugi, logo foram se organizando em fila um a um frente à torre.
-Olivia!Quebre a janela vamos ajudá-la – falou a coruja.
Os animais enfileirados montaram uma pirâmide gigante, a coruja foi a ultima a subir, levando consigo pedras mágicas que fizeram com que a janela explodisse.
-Jogue as tranças, Olivia!- falou a Onça.
Ela ajeitou seu enorme cabelo que era muito forte e jogou torre abaixo, estava ansiosa, afinal era a primeira vez que encontraria o seu príncipe.
Jonas, negro de sorriso largo, lindo e carapinha de um preto acinzentado, subiu com destreza a torre agarrando as tranças de Olivia. Ao chegar no topo os dois de abraçaram.
-Vim o mais rápido que pude querida!- disse o príncipe.
-Como e bom chorar de alegria – disse ela.
No momento em que viu o príncipe, percebeu que o motivo de sua aparição não se limitava a salva-la, havia algo mais...Fortalecer a união para ajudar outras pessoas que estavam sofrendo.
Então, eles se abraçaram num movimento uniforme de gesto simples e carinhoso se olharam profundamente. Embalados pela cor e pela coragem decidiram libertar os outros empregados confinados no casarão e com a ajuda dos animais da floresta, os guerreiros se armaram de lanças, pedras e paus e foram para cima dos guardiões, derrubaram o castelo da ignorância, penduraram a vergonha, degolaram os mitos e tomaram pra si tudo que um dia lhes foi proibido.
Numa luta acirrada eles conseguem libertar os irmãos, todos fogem juntos para o morro mais distante da mata e fundam o Quilombo da Amizade.
Dizem que até hoje, ao longe no ultimo morro da grande floresta branca pode-se ouvir o canto da bela Olivia, que agora é feliz.
Vive num mar de realeza, percebeu que a sua grandeza pode realizar muitas coisas, quebrar barreiras. Ela não se casou com o príncipe que a libertou, isso é coisa de conto de farsas. Ela aprendeu que na vida real para se unir a alguém deve-se amar muito essa pessoa, respeitar, conhecer seus defeitos e qualidades e se quiser ai sim poderá estudar, estudar mais, casar, ter filhos ou ser e fazer qualquer outro tipo de coisa. Estava livre, comandando o seu traçado na vida de forma limpa, bonita e do seu jeito.
SAMANTA BIOTTI
Sarau Poesia na Brasa

Coletivo Cultural Esperança Garcia
  • No processo de aquisição da leitura e escrita, a literatura é importante? Por quê?
  • Os conflitos relatados nos contos e histórias infantis podem estimular o que nas crianças?
  •  “... Sempre assistiu esses contos de fadas que passam na TV, mas nunca se imaginou fazendo parte da historia porque era “diferente”...” Olivia faz parte da historia? De qual historia?
  • Porque Olivia não se identificava com os contos de fadas que assistia na TV?
  • Você se identifica com algum?Qual? Por quê? O que Olivia tinha de diferente?
  • Quais são os traços étnicos de uma mulher negra? Existem termos pejorativos que fazem referencias a estes traços?
  •  Neste conto e em muitas fabulas os animais falam. Porque você acha que a autora utilizou esse recurso?
  • O que é viver em sociedade? Os animais vivem em sociedade?
  • O que a “floresta branca” e o  “castelo da ignorância” representam para Olivia? E para você?
  • Quais são suas criticas em relação a sociedade e qual a sua contribuição a ela?
  • O que é um quilombo?
  • O que é amizade?
  • Olivia esperava o príncipe encantado para salva-la e viver feliz para sempre com ele. Mas o que aconteceu neste conto?
  • Você acha que essa espera manteve Olivia prisioneira por mais tempo?
  • Você conhece mulheres como Olivia?
  • Existem outros finais para outras Olivias?
  • O que te deixa feliz para sempre hoje?
Coordenação pedagógica e articulação
Tata dos Santos